Uma área localizada no bairro Morro do Abrigo, na região central de São Sebastião, foi a escolhida para fazer parte do Projeto de Aprimoramento da Capacidade Técnica em Medidas Estruturais contra Movimentos Gravitacionais de Massa com Foco na Construção de Cidades Resilientes – ‘Projeto Sabo’.
A comitiva composta por engenheiros japoneses, Instituto de Pesquisas Tecnológicos do Estado (IPT), representando a Defesa Civil Estadual, e Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC) do Ministério do Desenvolvimento Regional, foi recepcionada pela Defesa Civil do município, e esteve no local na terça-feira (22/7) para fazer as medições iniciais que servirão de base para a confecção do projeto executivo.
Em junho passado, o grupo integrante do programa de cooperação Brasil-Japão esteve com o prefeito Reinaldinho Moreira para apresentar a proposta da implementação de uma contenção de fluxos de detritos em área de risco. Além do Morro do Abrigo, outras duas áreas na Costa Sul foram avaliadas.
O engenheiro da Defesa Civil de São Sebastião, Renan Mendes, explicou que o local escolhido no Morro do Abrigo tem risco de escorregamento/deslizamento de terra e se enquadra no escopo do Projeto Sabo.
O município foi indicado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicos do Estado (IPT) para ser um dos quatros no país a receber essa tecnologia, junto com Caraguatatuba, Blumenau (SP) e Petrópolis (RJ), além dos projetos pilotos já em implantação em Teresópolis e Nova Friburgo, ambos no Rio de Janeiro.
Caberá ao município a parte de topografia e sondagem do local e à cooperação Brasil Japão o estudo e implantação da estrutura que pode ser impermeável ou permeável, mas que tem como principal função ’segurar’ pedras que podem ser carreadas por enxurradas ou escorregamentos.
Projeto Sabo
As barragens do tipo Sabo – do japonês ‘sa’ (sedimento) e ‘bo (proteção) –, consistem em estruturas, projetadas para conter o fluxo de detritos por deslizamentos de terra, com o principal objetivo de proteger vidas e reduzir os riscos para a população em áreas vulneráveis. Essa iniciativa faz parte das estratégias do Brasil para adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, reforçando a proteção de comunidades vulneráveis. Essas barragens normalmente são posicionadas à montante de áreas de risco a serem protegidas, podendo, também, ser inseridas em posições diversas na bacia hidrográfica.
Suas principais funções são: o disciplinamento do fluxo de detritos, quando de sua ocorrência; a diminuição da declividade da curva que se encontra na parte mais profunda de um vale ou rio, reduzindo a energia potencial do fluxo de detritos; a captura de parte dos sedimentos e troncos mobilizados pelo fluxo de detritos, diminuindo assim seu volume, e permitindo a passagem de uma quantidade de sedimentos que não prejudique a vida das pessoas e a segurança patrimonial nas áreas de risco; e a estabilização dos sedimentos ao longo da linha de maior profundidade no leito de um rio, impedindo sua inclusão no fluxo de detritos.
#PraTodosVerem: as imagens mostram uma equipe formada por profissionais da Defesa Civil de São Sebastião, integrantes do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e outros técnicos realizando uma vistoria em área de vegetação densa. Eles vestem coletes laranja e estão em meio à mata e plantações, em regiões de encosta. Em uma das imagens, um grupo analisa documentos técnicos e mapas, enquanto em outras, os profissionais discutem e realizam medições com equipamentos de campo. Também é possível ver um veículo da Defesa Civil estacionado em uma trilha de terra. A ação faz parte do Projeto Sabo no Morro do Abrigo, voltado à prevenção de desastres naturais. Fim da descrição.