Mutirão já foi realizado nos mangues do Araçá e Colheireiro, na Região Central, e Barra do Sahy, na Costa Sul; neste sábado será feito na Praça do Kitesurf, na Costa Norte

A Prefeitura de São Sebastião, através das secretarias de Meio Ambiente (SEMAM) e de Serviços Públicos (SESEP), promove uma ação socioambiental em comemoração ao Dia Mundial de Proteção aos Manguezais – 26 de julho.

A ação está sendo realizada em parceria com o Instituto Terra e Mar, Argonauta, Projeto Garoçá, Cia Docas São Sebastião (CDSS), Supereco, Instituto Conservação Costeira (ICC), Associação Pró Sahy (PROSAN), APA Marinha, Dersa, Thunder Ocean Limp e Verdescola, e voluntários. Ao todo, foram três horas de trabalhos no primeiro dia no Mangue do Araçá, no Varadouro, Região Central da cidade.

Na sexta-feira (27/07) a ação foi realizada no mangue da Barra do Sahy, que está inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) Baleia Sahy, um dos mangues mais preservados do município. Essa Área de Proteção Ambiental Municipal é cogerida pelo Instituto Conservação Costeira em pareceria com a PMSS. A ação teve a presença de alguns alunos do Instituto Verdescola, que fizeram uma fala aos presentes sobre a importância do mangue durante um breve passeio pela APA Baleia Sahy, possibilitado pela parceria com os barqueiros locais, que ajudam na preservação do mangue. O Instituto Argonauta também fez um apresentação às crianças do Instituto sobre a importância de manter as praias limpas e os impactos que os resíduos causam à fauna.

“No Colheireiro, contamos com a presença dos ‘desbravadores’ – grupo de escoteiros que estão fazendo entregas de panfletos. Foram coletados do local 537 quilos de resíduos, como sacolas, canudos, latinhas, que provavelmente são descartados por pedestres que fazem o trajeto da balsa em São Sebastião”, disse a assessora de gestão da SEMAM, Simone Barbosa da Silva, que contou que esse mangue tem esse nome devido a uma ave de mesmo nome que fica em seu entorno.

“Esse mangue também sofre influências devido à maré. O que percebemos nessa ação foi a quantidade de resíduos náuticos possivelmente trazidos pela maré, como boias, cordas cabos de aço e até um latão enterrado que foi retirado no meio do mangue”.

Do Araçá, foram retirados embalagens de bolacha, marmitas de isopor, garrafas pet, pneus, cordas, vidros, mangueiras, espumas, esponjas, panos, recipientes diversos de plástico e roupas em geral, que resultaram, de acordo com um cálculo prévio, em 677kg de resíduos sólidos descartados de forma incorreta.

No sábado (28/07) é a vez do mangue da Enseada, na Praça do Kitesurf, Costa Norte, que contará com a participação das crianças do Projeto Garoçá.

“Temos obrigação de preservar esse ecossistema tão frágil. Os manguezais ocorrem em transições de ambiente úmido, e entre regiões costeiras e terrestres. Três quartos das espécies de peixes marinhos de interesse comercial dependem dos mangues para seu desenvolvimento”, comentou o secretário adjunto de Meio Ambiente, Alexandre Porfírio, que acrescentou que, do ponto de vista econômico e cultural, os mangues fornecem renda para muitas famílias em toda a costa brasileira.

Segundo o secretário, em São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba – onde há uma população tradicional caiçara que depende da pesca – é preciso preservar os mangues, caso contrário certamente os cardumes de peixes irão diminuir, afetando diretamente a economia pesqueira.

Trabalho continuado

A Prefeitura vem realizando a limpeza do Mangue do Araçá desde outubro de 2017. São feitas uma a duas ações por mês, com a retirada de uma média mensal de 26 sacos de 100 litros cada. “As pessoas, principalmente as que moram nas adjacências dos mangues, devem ter a consciência de que existem leis que protegem esses locais, considerados áreas de preservação permanente”, avisou Porfírio.

Segundo Simone, até hoje foram 15 ações de limpeza nos mangues do Araçá, Enseada e Colhereiro. Somente no Araçá foram 12 ações. “Há dois meses iniciamos no mangue da Enseada e fizemos a primeira no Colhereiro este mês. Já foram coletados aproximadamente 220 sacos de 100 litros de resíduos, o que equivale a 6.630kg”.

Ainda de acordo com a assessora da SEMAM, os resíduos encontrados em maior quantidade são: copos plásticos, latinhas, sacolas, garrafas pet e de vidro, papelão, plásticos, canudos, entre outros.

“É preciso proteger esses berçários da vida marinha. Por se tratarem de biomas ricos em matéria orgânica e nutrientes minerais, os mangues se tornam fonte de alimento para muitos animais e até mesmo para o homem”, explicou Simone, que convidou toda a população para participar do mutirão de amanhã. “Haverá um técnico para instruir na ação, todos são bem-vindos”.