Dia 20 de Novembro passou a ser feriado municipal no ano passado
A Prefeitura de São Sebastião, por meio da Fundação Educacional e Cultural “Deodato Sant’Anna” (Fundass) e a Secretaria de Turismo (Setur), realizou hoje (20 de novembro) – quando é celebrado o Dia da Consciência Negra – diversas atividades em comemoração a essa data.
Nesta terça-feira, a programação teve início de manhã, com o cortejo e lavagem das escadas da entrada da Capela de São Gonçalo, às 10h. “Estamos reunidos para louvar Zumbi dos Palmares. O dia de hoje é uma conquista. Agradecemos ao novo governo, que nos abriu portas e tornou esta data feriado. Nossa luta ainda não terminou, só irá acabar quando houver interação e respeito entre religiões e cores”, disse Ataualpa de Figueiredo Neto, da Casa Banto Candomblé de Angola, que explicou o significado das lavagens nas igrejas católicas. “Eles faziam isso porque tinham que mostrar aos brancos que eram cristãos. Não somos anticristo, mas consideramos Jesus um ancestral que quis nos libertar”.
A Conselheira do Movimento Negro, Shirley Costa Rodrigues, reforçou que a luta é para o resgate de toda essa história. “Queremos fazer com que os jovens descubram que podem participar dessa cultura, que é nossa. A Umbanda surgiu no Brasil. Queremos, através da educação, romper barreiras pré- conceituais”, explicou. “O negro ainda não é livre a partir do momento que não tem liberdade de seguir sua religião. Trabalhamos na escola e queremos que todos sejam felizes, independente de religião”, completou Shirley.
De acordo com o diretor cultural e artístico da Fundass, Adbailson Cuba, outro momento muito festivo que está sendo vivenciado na cidade é a volta do Movimento Negro. “É momento de celebrar. Como negro também me sinto participante desse movimento em comemoração à libertação dos escravos e da igualdade social no Brasil e em São Sebastião”, destacou.
Ao longo do dia, na Rua da Praia, teve roda de capoeira angola com a Escola Raiz Negra, Almoço Festivo, Oficina de boneca Abayomi, Samba de Roda, e muito mais.
A cozinheira Alcina Mesquita Nascimento, muito emocionada, foi responsável pela preparação do almoço, que foi regado a muito camarão seco, azeite de dendê e amor. “Para mim foi uma honra poder fazer esta comida neste dia”, disse. A mesa para os presentes contou com quitutes como caruru, vatapá, xinxim de galinha e cocada.
Para Mestre Noel, da Escola de Capoeira Angola Raiz Negra, essa integração com as pessoas para tratar sobre a consciência negra é muito importante.
“A luta de Zumbi não era só pelos negros, mas por todos que sofreram na época da escravidão, nos quilombos”, disse.
Encerrando a programação, no dia 23/11 as atividades acontecem no Centro Cultural Batuíra, no bairro São Francisco. Das 10h às 14h, haverá Contos Africanos; às 19h, Mesa Redonda sobre “O Universo Afro-brasileiro em Debate”; e às 21h, apresentação de Jongo com o grupo Kianda.