Uma comitiva do Japão esteve em São Sebastião, nesta terça-feira (10/6), onde apresentou ao prefeito Reinaldinho Moreira, um estudo com foco em contenção de fluxo de detritos proveniente de chuvas em área de risco. O grupo faz parte do programa de cooperação Brasil-Japão, ‘Projeto de Aprimoramento da Capacidade Técnica em Medidas Estruturais contra Movimentos Gravitacionais de Massa com Foco na Construção de Cidades Resilientes – Projeto Sabo’.

O município foi indicado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicos do Estado (IPT) para ser um dos quatros no país a receber essa tecnologia, junto com Caraguatatuba, Blumenau (SP) e Petrópolis (RJ), além dos projetos pilotos já em implantação em Teresópolis e Nova Friburgo, ambos no Rio de Janeiro.

Após o evento climático de 19 de fevereiro de 2023, quando foram registradas 64 mortes, Reinaldinho contou aos visitantes uma conversa com o governador Tarcísio de Freitas de que São Sebastião seria um case de sucesso. “Falamos de soluções dadas não a curto, mas a médio e longo prazo e o que vocês trazem hoje é um exemplo”. Reinaldinho completou que “toda tecnologia vai ajudar nossa cidade e, com certeza, vamos sair na vanguarda”.   

Caberá ao município a parte de topografia e sondagem do local e à cooperação Brasil Japão o estudo e implantação da estrutura que pode ser impermeável ou permeável, mas que tem como principal função ’segurar’ pedras que podem ser carreadas por enxurradas ou escorregamentos.

Após a reunião que teve a participação das secretarias de Segurança Urbana (Segur) e Obras (Seo), o grupo, acompanhado da Defesa Civil de São Sebastião, de São Paulo e da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério do Desenvolvimento Regional, mais do IPT e do Instituto de Pesquisas Ambientais da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado, seguiram para vistoriar três áreas indicadas para o recebimento do projeto.

Elas ficam na Vila Pantanal e na Rua da Sabesp, em Juquehy, na Costa Sul, e no Morro do Abrigo, na região central. Os engenheiros japoneses analisaram os locais e agora farão um estudo para ver a viabilidade de qual elas vai integrar o Projeto Sabo.

O coordenador da Defesa Civil de São Sebastião, Ricardo Cardoso dos Santos, explica que essas áreas possuem a característica adequada que o Projeto Sabo propõe. “Agora, eles vão definir qual o melhor local para implantar a estrutura”. A parceria Brasil Japão termina em 2026.  

Projeto Sabo

As barragens do tipo Sabo – do japonês ‘sa’ (sedimento) e ‘bo (proteção) –, consistem em estruturas, projetadas para conter o fluxo de detritos por deslizamentos de terra, com o principal objetivo de proteger vidas e reduzir os riscos para a população em áreas vulneráveis. Essa iniciativa faz parte das estratégias do Brasil para adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, reforçando a proteção de comunidades vulneráveis. Essas barragens normalmente são posicionadas à montante de áreas de risco a serem protegidas, podendo, também, ser inseridas em posições diversas na bacia hidrográfica.

Suas principais funções são: o disciplinamento do fluxo de detritos, quando de sua ocorrência; a diminuição da declividade da curva que se encontra na parte mais profunda de um vale ou rio, reduzindo a energia potencial do fluxo de detritos; a captura de parte dos sedimentos e troncos mobilizados pelo fluxo de detritos, diminuindo assim seu volume, e permitindo a passagem de uma quantidade de sedimentos que não prejudique a vida das pessoas e a segurança patrimonial nas áreas de risco; e a estabilização dos sedimentos ao longo da linha de maior profundidade no leito de um rio, impedindo sua inclusão no fluxo de detritos.

 

#PraTodosVerem: Na primeira imagem, o prefeito Reinaldinho está reunido com engenheiros do Japão, Defesas Civis de São Sebastião, de São Paulo e Nacional. Eles usam coletes e uniformes, alguns com bandeiras do Brasil e Japão. Estão em reunião, discutindo documentos e olhando para telas com câmeras de segurança. Depois o grupo de pessoas caminha por uma trilha próximo a um riacho. Estão uniformizados, com coletes de Defesa Civil e órgãos ambientais. Na terceira imagem, o grupo analisa mapas e dados técnicos em tablets e papéis, em meio à Mata Atlântica. Todos parecem atentos às explicações em um mapa. Por fim, aparece uma estrutura de contenção de concreto em meio a uma área verde. Trata-se de uma barragem do tipo “sabo”, utilizada para conter deslizamentos e fluxo de detritos. Fim da descrição.